daí um dia, conversando com quem entende do assunto, escutei pela primeira vez, o nome marina abramovic, inclusive coisas que nunca imaginaria que um artista pudesse fazer. fui atrás prá ver tudo que eu podia a seu respeito e curti demais!
ela é sérvia, tem 64 anos e sua maior característica é perceber a arte como uma ligação forte com o corpo humano e suas mil possibilidades.
seu corpo é o seu material, testado sistematicamente, executando performances de longa duração com gosto e conceitos apuradíssimos.
seus inúmeros trabalhos interagem fundo com corpo e psique humanos. ela provoca, instiga, questiona, polemiza... e vai na contra mão de tudo o que é fast.
adoro essa frase dela: "porque se você ver o que você realmente gosta, aquilo com que você se relaciona, você entende a si mesmo um pouco melhor."
uma das mais interessantes é a que ela ficou dentro do moma em ny, por quase 3 meses, durante 7 horas seguidas, sentada em uma cadeira em frente a uma câmera que passou tudo pela internet em tempo real ou quem estivesse por lá poderia sentar e ficar observando-a e até falando bem de perto.
essa obra se chamou the artist is present e nesse tempo todo ela não pronunciou absolutamente nada!
outro muito denso foi the lovers, sobre a sua separação do seu companheiro, tanto na vida quanto na arte, ulay, onde os dois partiram de pontos opostos da grande muralha na china, em direção do outro, caminharam 2.000 km, se cruzaram e se separaram para sempre.
♥ esta obra durou 90 dias e aconteceu em 1988.
já na obra dragon heads, de 1990 a 1992, ela estava envolvida por cobras vivas e ficou separada do público por uma parede de blocos de gelo, e um foco de luz projetado sobre ela.
já em uma das mais polêmicas, a obra imponderabilia, que foi executada em 1977, em bolonha na itália por ela e seu marido ulay e em 2010, no moma com pessoas desconhecidas, ela utiliza o corpo nu junto à porta de entrada, onde os visitantes tem que passar.
mais uma que instiga é the house with the ocean view, com duração de 12 dias, sem comer, só bebendo água pura, sem falar, sem escrever, sem ler, dormindo apenas 7 horas por dia, podendo tomar até 3 banhos por dia, podendo sentar, andar e cantar - sendo esta bem improvável -...
e por último eu deixei a sua obra que acho mais emocionante e tocante. balkan baroque, de 1997, onde ela ficou sentada, por 6 horas, durante 4 dias, sobre uma pilha de ossos de vaca, lavando-os com água, sabão e uma escova metálica, tirando dali os últimos pedaços de carne, cantando músicas sérvias da sua infância.
essa obra retrata o seu olhar e suas dores, sobre a guerra que seu país estava enfrentando nos anos 90.
nos mostra um outro lado da arte. aquele que nos provoca sensações absolutamente inusitadas.
eu achei fantástico. denso. inquietante.
beijo,
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obrigada por participar! fico bem feliz!