mais uma homenagem por meio da filhota bassê, a florzinha!
uma das grandes emoções que senti na vida foi estar em évora, a linda cidade murada, onde ela por um tempo viveu, escreveu, amou, sofreu...
seus poemas calam fundo a nossa alma. nem as palavras conseguem descrever...
♥ emotiva,
♥ erótica,
♥ instável,
♥ feminina,
♥ intensa,
♥ apaixonante...
leiam:
a minha dor
a minha dor é um convento ideal
cheio de claustros, sombras, arcarias,
aonde a pedra em convulsões sombrias
tem linhas dum requinte escultural.
cheio de claustros, sombras, arcarias,
aonde a pedra em convulsões sombrias
tem linhas dum requinte escultural.
os sinos têm dobres de agonias
ao gemer, comovidos, o seu mal...
e todos têm sons de funeral
ao bater horas, no correr dos dias...
ao gemer, comovidos, o seu mal...
e todos têm sons de funeral
ao bater horas, no correr dos dias...
a minha dor é um convento. há lírios
dum roxo macerado de martírios,
tão belos como nunca os viu alguém!
dum roxo macerado de martírios,
tão belos como nunca os viu alguém!
nesse triste convento aonde eu moro,
noites e dias rezo e grito e choro,
e ninguém ouve... ninguém vê... ninguém...
noites e dias rezo e grito e choro,
e ninguém ouve... ninguém vê... ninguém...
noite de saudade
a noite vem poisando devagar
sobre a terra, que inunda de amargura...
e nem sequer a bênção do luar
a quis tornar divinamente pura...
sobre a terra, que inunda de amargura...
e nem sequer a bênção do luar
a quis tornar divinamente pura...
ninguém vem atrás dela a acompanhar
a sua dor que é cheia de tortura...
e eu oiço a noite imensa soluçar!
e eu oiço soluçar a noite escura!
a sua dor que é cheia de tortura...
e eu oiço a noite imensa soluçar!
e eu oiço soluçar a noite escura!
por que és assim tão ’scura, assim tão triste?!
é que, talvez, ó noite, em ti existe
uma saudade igual à que eu contenho!
é que, talvez, ó noite, em ti existe
uma saudade igual à que eu contenho!
saudade que eu sei donde me vem...
talvez de ti, ó noite!... ou de ninguém!...
que eu nunca sei quem sou, nem o que tenho!!
talvez de ti, ó noite!... ou de ninguém!...
que eu nunca sei quem sou, nem o que tenho!!
para quê?!
tudo é vaidade neste mundo vão...
tudo é tristeza, tudo é pó, é nada!
e mal desponta em nós a madrugada,
vem logo a noite encher o coração!
tudo é tristeza, tudo é pó, é nada!
e mal desponta em nós a madrugada,
vem logo a noite encher o coração!
até o amor nos mente, essa canção
que o nosso peito ri à gargalhada,
flor que é nascida e logo desfolhada,
pétalas que se pisam pelo chão!...
que o nosso peito ri à gargalhada,
flor que é nascida e logo desfolhada,
pétalas que se pisam pelo chão!...
beijos de amor! pra quê?!... tristes vaidades!
sonhos que logo são realidades,
que nos deixam a alma como morta!
sonhos que logo são realidades,
que nos deixam a alma como morta!
só neles acredita quem é louca!
beijos de amor que vão de boca em boca,
como pobres que vão de porta em porta!...
beijos de amor que vão de boca em boca,
como pobres que vão de porta em porta!...
super atuais, não?
beijo,
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obrigada por participar! fico bem feliz!